Te conheci assim, como se observasse nuvens formarem poesias no céu.....
Numa brincadeira sem a intenção de pensar nem sentir, deixar o inexplicável tomar conta de mim....
É como não se poder entender, assim como criança, que não sabe onde se pode chegar, me peguei pensando e sentindo aquilo que não se pode explicar...
E como num susto que nos assombra a alma, me peguei como uma folha que cai e se deixa levar pela brisa, que leva consigo o inexplicável por onde quer que vá....
E nem se sabe sair de uma névoa de pensamentos desordenados, rodeada de saudades, que num soprar de uma brisa, tomaria o mundo, e todos os pássaros mesmo a cantar, sentiriam sem explicar, saudades aonde quer que vá.....
Mas como entender o inexplicável, se saudades não se explica, apenas se sente.....
Só nos resta então não tentar explicar, apenas sentir, e como os pássaros continuar voando, cantando, mesmo não podendo explicar, levar as saudades aonde quer que vá....
Mas a esperança existe, de a saudades ficar, ficar entre os galhos das árvores, e não poder voltar, e mesmo sem explicar voltar a sorrir e a cantar, e assim como os pássaros, deixar as saudades aonde quer que vá....
E o dia que voltar a cantar, não deixar de as nuvens observar, formarem poesias e às levarem, por onde quer que vá, e assim a saudades, nunca sozinha irá ficar, sempre haverá um poeta, tentando explicar, pelo mundo, com pássaros, brisas e árvores, o poeta irá caminhar, mas nunca conseguirá explicar, as saudades por onde quer que vá.....
Autora: Irlanda Cardoso
